absurdhashiiiii

Absurd Hashiiiii é um projeto de food design que propõe uma reflexão sobre o uso excessivo de hashis descartáveis em escala global. Parte do contraste entre o valor simbólico do hashi na cultura asiática e seu uso descompassado como produto descartável, com vida útil média de 20 minutos. A escolha do nome retoma a origem da palavra “absurdo” - do latim absurdus, que significa “dissonante” ou “fora de sintonia”. Nesse contexto, o que soa absurdo - como propor um reaproveitamento simples ou substituir o hashi por alimentos - se mostra, na verdade, uma forma eficaz de provocar reflexão sobre consumo consciente e funcionalidade.

O projeto se desdobra em duas frentes. A primeira é um ensaio fotográfico em forma de flipbook que retrata o gesto. A sequência de imagens mostra mãos em movimento, manuseando alimentos crus de formato alongado, ativando a memória visual e afetiva do espectador. O formato alongado do livro (cerca de 25 cm) reforça a associação com os hashis, enquanto a ausência intencional do objeto convida à reflexão sobre sua presença cultural e sugere uma alternativa criativa para sua reutilização.

Na segunda parte, hashis descartáveis são gravados com ideias de como dar uma nova vida ao objeto, atribuindo funções simples e básicas e evitando o seu descarte imediato. Ao separar os palitos, o usuário é surpreendido com uma mensagem, uma sugestão.
(as referências para esse caminho incluem o happening de Yves Klein (1958) — pela ação performática e inesperada — e os palitos premiados da Frutare)

A identidade visual adota uma linguagem gráfica minimalista em preto e branco, inspirada nas embalagens tradicionais de hashis. Um detalhe importante está no padrão de pontos distribuídos pela área impressa: são 240, cada um representando 100 milhões de hashis descartados anualmente no Japão — totalizando 24 bilhões de unidades. Os dados não são destacados em texto, mas estão incorporados sutilmente ao design, reforçando a crítica por meio da repetição gráfica.

Absurd Hashiiiii is a food design project that reflects on the excessive use of disposable chopsticks on a global scale. It starts from the contrast between the symbolic value of chopsticks in Asian culture and their disproportionate use as single-use items, with an average lifespan of just 20 minutes. The project’s title refers to the Latin root of the word “absurd” - absurdus, meaning “out of tune” or “discordant.” In this context, what may seem absurd - such as proposing simple ways to reuse or even replacing chopsticks with food - becomes an effective strategy to spark reflection on conscious consumption and functionality.

The project unfolds in two parts. The first is a photographic essay in the form of a flipbook that captures the gesture. The sequence of images shows hands in motion, handling raw foods with elongated shapes, activating the viewer’s visual and emotional memory. The format of the book (approximately 25 cm) reinforces the visual association with chopsticks, while the intentional absence of the object invites reflection on its cultural presence and suggests a creative alternative for its reuse.

In the second part, disposable chopsticks are laser-engraved with simple ideas for giving the object a new life, assigning basic everyday functions and avoiding immediate disposal. When separating the sticks, the user is surprised by a hidden message - a suggestion.
(references for this approach include Yves Klein’s 1958 happening — for its performative and unexpected nature — and the popular, Frutare popsicle sticks.)

The visual identity adopts a minimalist black-and-white graphic language, inspired by traditional chopstick packaging. One important detail lies in the printed dot pattern: 240 dots are distributed across the surface, each representing 100 million chopsticks discarded annually in Japan - totaling 24 billion units. These numbers are not explicitly stated in the text but are subtly embedded in the design, reinforcing the critique through graphic repetition.

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